segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Você já conhecia a Garcinia cambogia?


É uma planta da família Clusicaceae que inclui numerosas espécies de árvores e arbustos nativos da Ásia, África, Polinésia e América Tropical.

A casca dessa planta é utilizada como conservante e aromatizante de alimentos, ou no tratamento de constipação, edema, irregularidades menstruais entre outras condições clínicas.

Após análises, foi revelada a presença de alcalóides, flavanóides, compostos fenólicos, saponinas, taninos, carboidratos e proteínas, podendo apresentar atividade biológica, tais como anti-obesidade, hipolipidêmico (reduzir o colesterol) e atividade anticancerígena.

O composto mais estudado é o ácido-hidroxicítrico (HCA), que está presente em sua casca. O HCA promove oxidação de ácidos graxos, aumenta a liberação de serotonina e sua disponibilidade no córtex cerebral e diminui a concentração de leptina no soro humano, sendo esta, uma proteína transcrita pelo gene da obesidade e secretada pelos adipócitos. Em outras palavras, pode atuar no controle de peso.

Ainda existem poucos estudos que comprovem essa ação. Além disso, alguns trabalhos mostram o efeito tóxico relacionado à função hepática. Portanto, o uso deve ser feito com cuidado, sob orientação de um profissional que avalie os benefícios versus os riscos.

REFERÊNCIAS: 
Santos ACS, Alvarez MS, Brandão PB & Silva AG. Garcinia cambogia – uma espécie vegetal como recurso terapêutico contra a obesidade? Natureza on line 5(1): 37-43, 2007.
SEMWAL RB, SEMWAL DK, VERMAAK I, VILJOEN A. A comprehensive scientific overview of Garcinia cambogia. Fitoterapia, 2015.
BAKHIYA N, ZIEGENHAGEN R, HIRSCH-ERNST KI, DUSEMUND B. et al. Phytochemical compounds in sport nutrition: Synephrine and hydroxycitric acid (HCA) as examples for evaluation of possible health risks. Mol. Nutr. Food Res, 2017.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Manteiga ou margarina? Depende...

E aí, nutricionista, qual é melhor: manteiga ou margarina?

Vamos pensar em duas situações: indivíduos sem risco de doença cardiovascular e o indivíduo com o risco. Na primeira condição, a opção ideal é a manteiga, pois é considerada um ingrediente culinário e a margarina é um alimento classificado como ultraprocessado. 

No entanto, àquele que apresentam dislipidemias, diabetes, hipertensão, a recomendação é diferente. A V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (Sociedade Brasileira de Cardiologia) recomenda que manteiga e margarinas sólidas sejam consumidas esporadicamente e em poucas quantidades, devendo dar preferência a margarinas cremosas, com alegação no rótulo da ausência de gorduras trans.

Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, 2ª edição, os ingredientes culinários (óleos, gorduras, sal e açúcar), devem ser utilizados com moderação em preparações culinárias e com base em alimentos in natura ou minimamente processados, contribuindo para diversificar e tornar mais saborosa e interessante a alimentação sem que fique nutricionalmente desbalanceada. Lembrando que o guia recomenda que o consumo de alimentos ultraprocessados deve ser evitado.

De acordo com o Consenso Brasileiro sobre Dislipidemia, a substituição de manteiga por margarina, sem análise de sua composição não representa, por si só, vantagem importante, pois a composição lipídica das margarinas é bastante variada e, portanto, possuem diferentes proporções de ácidos graxos saturados, poli-insaturados, monoinsaturados e não possuem colesterol (poucas marcas exibem, nos rótulos, sua composição em ácidos graxos). Além de serem fabricadas com diferentes óleos (girassol, milho, soja, palma, etc.) e por processos industriais variados.

Acompanhar a rotulagem do alimento contribui muito para a qualidade de nossa dieta.

Isso só reforça a necessidade de um plano alimentar individualizado. Nunca faça a dieta de outra pessoa. Procure um profissional.

REFERÊNCIA:
Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed. – Brasília : ministério da saúde, 2014. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/05/Guia-Alimentar-para-a-pop-brasiliera-Miolo-PDF-Internet.pdf. Acessado em: 02/11/2016.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Boa saúde vem com ferro na academia e no prato

Você sabia que podemos encontrar dois tipos de ferro nos alimentos? Se não, se liga no post que você vai ficar por dentro de tudo agora.


O ferro é um mineral essencial para vários processos metabólicos como o transporte de oxigênio e crescimento celular. Representa cerca de 3,5 a 4,5 g em um indivíduo adulto. 

O ferro que vem dos alimentos é absorvido pela mucosa do nosso intestino e transportado na corrente sanguínea. Podemos encontrar dois tipos de ferro nos alimentos: o ferro heme e o ferro não heme. 
O ferro heme é encontrado em alimentos de origem animal, como carne bovina, frango e peixe, e o ferro não-heme, além de ser ofertado também pela carne vermelha, está presente nos cereais e vegetais.

A absorção dos dois tipos de ferro também é diferente. Como o ferro heme é solúvel nas condições do intestino delgado, é mais facilmente absorvido sem a interferência de fatores químicos e/ou alimentares. Por isso, é absorvido da seguinte forma: cerca de 15% do ferro heme ingerido pelo indivíduo normal e 35% naquele com baixa reserva de ferro. 

Já a absorção do ferro não-heme é bem menor, de cerca de 1 a 5%, e varia em função da de acordo com a presença de fatores químicos e alimentares, como é o caso das vitaminas C e A, que facilitam sua absorção. Ou os fitatos (encontrados em cereais e grãos), as fibras, os taninos (encontrado em chás e no café) e o cálcio dificultam sua absorção.

Referência:
Cozzolino, S.MF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ed. rev e atual. Barueri, SP: Manole, 2016.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Chá emagrece?


Atualmente, inúmeras informações são veiculadas pela televisão, jornais, revistas, sites e blogs sobre alimentação saudável e/ou como fazer para perder peso e ficar linda (o) para o verão. No entanto, sempre falo isso aqui no blog, é importante saber de onde tiramos essas informações e se realmente são verídicas. Toda informação veiculada por nós profissionais deve estar respaldada na ciência, assim não colocamos nossa vida e saúde em risco.

Informações sobre o uso dos chás em emagrecimento circula frequentemente e hoje eu trouxe uma novidade. :O

Um estudo recente, publicado na revista “European Journal of Nutrition”, discutiu sobre o efeito anti-obesogênico dos polifenóis do chá verde (CV) e chá preto (CP) descafeinado e a relação com a alteração da microbiota intestinal.

A pesquisa foi realizada em ratos e após o período de teste, o peso dos ratos que receberam dieta rica em gordura, sacarose e extratos de chá verde ou chá preto caiu para os mesmos níveis dos ratos que receberam a dieta com baixo teor de gordura.

Após análise da microbiota intestinal, foi observada uma redução das bactérias do filo Firmicutes (associadas à obesidade), e aumento de bactérias do filo Bacteroidetes (associadas à massa magra) naqueles ratos submetidos à ingestão de extrato de CV e CP. Os autores sugerem que os chás verde e preto são prebióticos e que induzem a perda de peso por estarem associados à alteração da microbiota intestinal.

Sabemos que mais estudos, inclusive com humanos, precisam ser realizados para confirmar esses possíveis efeitos. Mas já é um grande progresso para entendermos como esses alimentos podem nos ajudar. Lembrando que nenhum alimento realizará milagre. Você precisa ter uma alimentação balanceada e prática regular de atividade física.

Referência:
Henning SM, Yang J, Hsu M, Lee RP, Grojean EM, Ly A, Tseng CH, Heber D, Li Z. Decaffeinated green and black tea polyphenols decrease weight gain and alter microbiome populations and function in diet-induced obese mice. Eur J Nutr. 2017 Sep 30.