segunda-feira, 24 de abril de 2017

Não tem só pão de queijo em Minas não, uai!


Conhecida e muito apreciada, a culinária mineira atrai adeptos de várias regiões. Inclusive, Minas Gerais é chamado de “O estado mais gostoso” por amantes dos pratos típicos dessa região. 
Além de Minas Gerais, a culinária mineira abrange o norte do estado de São Paulo, o Vale do Paraíba e o sudeste goiano. 

Algumas pequenas cidades do interior do estado ainda preservam o uso do fogão à lenha, que vem desaparecendo com a chegada do fogão a gás, dos alimentos ultraprocessados e da nova culinária prática e rápida. 

A cozinha mineira divide-se em cozinha da fazenda e cozinha do tropeiro. A primeira caracteriza-se por preparações com vegetais e frutos colhidos na hora e carne abatida. No início da mineração, tropeiros levavam suas famílias para o nordeste do estado e tinha-se como preparações frango ensopado com quiabo, couve, angu, costelinhas ensopadas com brotos nativos (orapro-nóbis). Os pratos eram sempre acompanhados de caldos, molhos e pimenta. 

Já a cozinha do tropeiro apresenta outras características. Os tropeiros e seus auxiliares conduziam uma tropa. Iam e vinham, traziam e levavam cachaça, sementes, vasilhames, alimentos, tudo que fosse necessário transportar e comercializar. Os alimentos tinham que ser duráveis e secos, as carnes salgadas ou prontas. Os caldeirões de ferro eram dependurados sobre fogueiras e fazia-se a refeição. 

As receitas verdadeiramente mineiras são aquelas que têm como ingredientes frutos de uma agricultura e uma pecuária familiar. 

O bule de café, o queijo minas, broas, bolos e biscoitos não podem faltar na mesa do mineiro. O arroz e o feijão estão presentes diariamente à mesa. Toucinho, linguiça, carne de porco e algumas verduras também podem complementar o arroz com feijão. 

O mineiro prefere carne de porco, em forma de lombos, linguiças, paios e costelas. Utiliza-se também a banha para preparar pratos. Os ovos são muito utilizados. O preparo do mocotó é muito comum, além de rabada, dobradinha e vaca atolada. 

Conheça as preparações típicas de Minas e experimente algum destes pratos:
  • Salada de quiabo
  • Arroz com repolho e linguiça
  • Feijão tropeiro
  • Tutu de feijão
  • Galinhada
  • Frango com quiabo
  • Lombo de porco assado
  • Vaca atolada
  • Farofa de queijo
  • Couve à mineira
  • Mexido 
  • Quibebe mineiro
  • Torresmo
  • Farofa de banana
  • Canjiquinha
  • Sopa de mandioca
  • Doce de abóbora
  • Doce de leite
  • Goiabada
  • Figada
  • Pudim de queijo
  • Bolo de fubá
  • Sonho
  • Sequilhos
  • Brevidade
  • Espera-marido (doce de gemas com açúcar)
  • Broa de fubá
  • E, por fim, o famoso Pão de queijo.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

A dupla mais famosa de Goiás: Pequi e Guariroba


Quando se fala em comida goiana logo me vem à cabeça: pequi. Mas a culinária goiana vai muito além disso e das músicas sertanejas que embalam as festas, comemorações e festivais de gastronomia na região.

O estado foi explorado pelo couro e índios que eram usados como escravos. Houve também a migração de pecuaristas da Bahia e do Maranhão no início do século. Hoje imigrantes de todas as regiões habitam esse estado que absorveu diversas culturas.

A agricultura de Goiás, de caráter extensivo, produz milho, feijão, algodão, mandioca e cana-de-açúcar, sendo o arroz o principal produto. Existe um setor moderno voltado para a cultura de soja que vem expandindo rapidamente no sudoeste do estado. A pecuária também ocupa um lugar relevante na economia do estado, que tem um dos maiores rebanhos bovinos do país.

A influência indígena deixou como herança o gosto pelo peixe do rio, o pequi e a guariroba. O leitão assado, o tutu com linguiça, o torresmo e a couve entraram pela fronteira com Minas Gerais. Os temperos são suaves, preferindo-se a pimenta-bode, salsinha, cebolinha e coentro. A pamonha salgada ou doce e o empadão goiano são preparações de todos os dias. Além dessas, são típicas: arroz com pequi, biscoito de polvilho, peixe na telha, galinhada goiana e mocotó à goiana.

O pequi é um fruto muito produzido na região, tem o tamanho de uma laranja, de cor verde-amarelada. A polpa de coloração amarela intensa. Suas sementes são ricas em óleo e vitamina A.
A guariroba, também conhecida como gueiroba, palmito-amargoso, catolé, coco-babão, paty-amargoso, é um palmito amargo, muito consumido na culinária local.

Quem sabe não é hora de experimentar uma dessas preparações saborosas de Goiás?!

Preparações típicas: 
  • Arroz com guariroba
  • Arroz com pequi
  • Pamonha salgada
  • Jiló refogado
  • Quiabo refogado
  • Biscoito de polvilho
  • Quitandinha (bolinhos de polvilho e queijo parmesão)
  • Manjar branco com calda de ameixa


segunda-feira, 10 de abril de 2017

Comida gaucha vai além da churrasqueira

Saborosa e rica em variedades, não deixando nada a desejar, a culinária gaúcha atrai amantes de todo o país.


A imigração de diversas origens tomou o estado do Rio Grande do Sul e isso foi ótimo para a culinária local. Quando a região é de colonização alemã, é comum o chamado Café Colonial, quase uma refeição, servido nas tardes de domingo. A refeição é composta por uma mesa farta de café, leites, bolos, tortas, biscoitos, pães de diversos tipos, manteiga, nata, patês, geleias, mel, salames, queijos, presuntos, linguiça frita, carne assada, entre outros pratos.

A influência alemã está presente no cultivo da batata, do centeio, no consumo de carnes defumadas, linguiça e laticínios, e nas sobremesas: torta de amêndoa, cucas de mel e frutas. 
Em regiões que foram colonizadas por italianos não falta galeto, polenta, vinho e pão servido em churrascarias. Cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi são exemplos desta culinária influenciada pelos italianos.

Pelotas chama atenção pela arte doceira, trazida de Portugal.

O chá mais conhecido e consumido no estado, chimarrão, tornou-se indispensável pelos gaúchos. Para o preparo são necessários: chaleira para esquentar a água, a cuia e a bomba. É uma bebida simples, de sabor amargo, mas de grande significado cultural. 

O churrasco é o principal traço da região Sul, não deixando de lado o arroz carreteiro também bastante consumido. O gaúcho encontrou no churrasco uma forma de alimentação integrada ao meio ambiente, pois havia carne em abundância. Era utilizado sal grosso como tempero, por não mascarar o gosto original da carne que deve ser assada no calor da brasa.

Existem basicamente duas formas de assar carne no Rio Grande do Sul: no espeto, fincado de pé na terra ou apoiado horizontalmente em duas forquilhas, que é o churrasco propriamente dito; e na grelha, procedimento que os gaúchos preferem chamar de assado. 

O arroz carreteiro é uma opção muito comum na região. É hábito o arroz preparado com couve ou repolho, arroz com galinha e com dobradinha. 

Preparações típicas da culinária gaúcha:
  • Chimarrão
  • Arroz com galinha
  • Arroz de carreteiro (arroz com charque)
  • Espinhaço de ovelha com arroz (costela de ovelha com arroz)
  • Matambre recheado (carne que fica entre as costelas e o couro recheada)
  • Mondongo (dobradinha)
  • Picanha no forno
  • Churrasco
  • Pão serrano de milho
  • Arroz com couve
  • Polenta
  • Purê de aipim
  • Feijão campeiro (feijão preto com carnes)
  • Quibebe
  • Vinho
  • Cerveja
  • Ambrosia
  • Arroz de leite
  • Pessegada
  • Uvada
  • Sagu com vinho tinto

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Culinária Catarinense: A Europa encontra a África na América do Sul

Pouco conhecida por outras regiões do Brasil, a culinária catarinense promete surpreender seu paladar. Seus pratos sofrem influências de vários países europeus, fazendo dela uma culinária bastante diversificada.

Santa Catarina tem hábitos, tradições e costumes populares das mais características e criativas do país. As preparações sobrem influência portuguesa, alemã, italiana e polonesa-ucraniana. Há ainda correntes imigratórias de holandeses, belgas, sírio-libaneses, ingleses e até japoneses que deixaram rastro nos pratos catarinenses. Imagine só a riqueza desta culinária. :o

O litoral do estado começou a se tornar habitado por portugueses que viviam da pesca artesanal e da agricultura de subsistência . Os peixes (linguado, badejo, bagre, corvina, melro, namorado, robalo, anchova, sardinha, atum, cavala, cação e tainha) traçam as características dos pratos luso-açorianos. Temperos como cebola, tomate e pimentão são muito usados atualmente, mas não fizeram parte da culinária ancestral devido à dificuldade de obtenção e conservação dos ingredientes.

Os italianos começaram a imigrar para Santa Catarina, sendo a base de sua alimentação original a polenta de milho. Os poloneses preferiam broa de trigo com centeio para acompanhar as refeições e gostaram também da combinação arroz e feijão. Sopas de verduras, de toucinho frito ou cru e carne de porco estão entre as escolhas. Já os alemães gostavam mais ainda de carne de porco no café da manhã, além de frios, tortas e doces.

A culinária brasileira ganhou espaço aos poucos. Os ingredientes brasileiros (mais disponíveis e mais baratos) eram consumidos no dia-a-dia, enquanto as preparações típicas europeias que ainda predomina em datas comemorativas.

Cada região/cidade de Santa Catarina tem suas características:
  • Blumenau (colônia de imigrantes alemães): estão presentes os chucrutes, marreco assado, repolho, a salsicha e o chopp.
  • Fraiburgo (colônia alemã): apreciadores de maçã.
  • Lages: paçoca de pinhão, arroz de carreteiro, moranga caramelada e saladas. A massa caseira com galinha caipira, o costelão assado na brasa e a picanha no disco de arado também são comuns.
  • Florianópolis: os pratos típicos são à base de peixe e frutos do mar; há  a famosa sequência de camarão, na qual os camarões são preparados de diferentes modos: à milanesa, frito, ao alho e óleo, ao bafo (cozido no vapor).

Preparações típicas:
  • Broinha de fubá
  • Marreco recheado
  • Costela de porco cozida
  • Repolho roxo refogado
  • Polenta
  • Strudel de maçã
  • Caldo de camarão
  • Tainha na telha
  • Caldeirada de frutos do mar
  • Bolo de mel